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Roupas bonitas, uma câmera e muita disposição para mostrar cada detalhe cotidiano. Essa é basicamente a receita que vem fazendo muitas pessoas comuns influenciarem outras nas redes.

O que às vezes começa de forma despretensiosa, acaba virando um negócio. Hoje, o seguimento dos influenciadores digitais ganha cada vez mais força, permitindo ganhos financeiros além da fama, os quais vem através de patrocínios de grandes empresas, anúncios e divulgações. Entretanto há uma grande competitividade entre os criadores de conteúdos pelo vasto número de plataformas digitais. Para chegar ao sucesso é preciso originalidade, criatividade e

Quando se fala em influência, a realidade ascendente da internet brasileira ganha força na interação e engajamento. Estes são proporcionados por blogueiros, vloggers e até pessoas comuns que possuem uma forma comunicacional muito intimista, atraindo os internautas. Embora os influenciadores digitais sejam conhecidos pelos seus extensos números de seguidores, nas redes sociais também é possível encontrar influenciadores que não estão voltados ao engajamento do marketing digital.

Para Drika Lucena, especialista em Criação Visual e Multimídia, e professora da ESAMC Santos, os influenciadores têm um poder de mudar comportamentos. Segundo ela, estes possuem um poder de convencimento do grande público e essa força pode impactar positivamente ou negativamente, como aqueles ligados a questões políticas, violência, machismo, homofobia, dentre outros assuntos. Apesar de não se considerar uma influenciadora digital, Drika afirma que a condição de ser professora acaba criando credibilidade para quem lê suas publicações nas redes sociais, 

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OS DONOS DA REDE

Eles arrastam multidões de seguidores a partir do conteúdo que produzem. Os influenciadores digitais semeiam novos moldes do comunicar, mas é preciso compreender o passado destes personagens para entender a atual realidade destes fenômenos na web. Muitos começaram por conta própria, sem nenhum tipo de assessoria, como é o caso da recifense Camila Coutinho, a primeira brasileira a escrever sobre moda e estilo de vida na Internet.

O mesmo se aplica a uma das pessoas mais seguidas nas mídias sociais no Brasil, o brasiliense Hugo Rocha, conhecido publicamente como Hugo Gloss. Ele criou sua conta no Twitter e escrevia seus tweets da maneira mais trivial possível, até que caiu nas graças das principais estrelas nacionais. 

É possível encontrar os mais diversos perfis de influenciadores digitais, levando em consideração a grande variedade de públicos e plataformas utilizadas para a divulgação de conteúdos. Thatiane Lovato e Pietra de Pinho, ambas youtubers, conversaram com a TIÊ sobre este universo digital.

Thatiane Lovato é blogueira, maquiadora profissional e que começou a produzir conteúdo em Santos com apenas 12 anos. Hoje, aos 26 anos, possui mais de 45 mil seguidores em plataformas digitais como em seu blog Atmosfera Glamour, em suas contas no Instagram e Facebook, além do canal no Youtube. Thati Lovato, como é chamada nas mídias sociais, afirma que não é uma profissão fácil devido aos grandes investimentos e dificuldades iniciais no ramo. “Investir sempre é difícil. Gastei muito dinheiro no começo, só o amor te mantém nessa área”, explica.

Com um público jovem, a responsabilidade é 

Influencidores digitais

DO ENTRETENIMENTO AO NEGÓCIO

autenticidade, o que pode vir a ser sinônimo alto índice de views, chamando a atenção de empresas. Com parcerias estabelecidas, os hubs funcionam como uma ferramenta de marketing na tentativa de criar a necessidade de consumo para algum produto lançado ou alavancar vendas de outros.

Quanto maior a influência, mais credibilidade no mercado. Neste caso podem ocorrer situações de permuta, como viagens e exposição de produtos de luxo. É preciso considerar também que, como todo negócio, ser um influenciador digital exige dedicação, disciplina e é preciso considerar prós e contras do investimento necessário para se estabelecer material para as plataformas.  

Foto Tiê - Hubs

INTIMISMO GLOBAL

porém, destaca que, fora da sua área de atuação e estudo, comporta-se como qualquer outra pessoa, diferente do que todos pensam de que professor tem que saber de tudo. Ainda assim, se preocupa e toma muito cuidado com o que publica.

A rápida ascensão das redes sociais e suas influências tem uma representatividade e responsabilidade social muito grande, gerando situações que vão além da internet. Para Cesar Mangolin, Doutor em Filosofia e também professor da ESAMC Santos, havia a crença de que o mundo digital moldaria o mundo real e isso, segundo ele, é pura ilusão porque primeiro que não existe a separação dos dois mundos, o mundo digital apenas reflete a consciência do mundo real. Ele ainda identifica que as redes sociais e blogs têm cumprido um papel majoritariamente inverso para contribuição positiva da sociedade. Mangolin relata que conjunturas com posições mais altruístas, solidárias e progressistas possuem mais adesão e

sensibilizam mais. Entretanto, conjunturas mesquinhas, de violência contra os mais vulneráveis socialmente e egoístas tomam maior espaço.        

As informações e todas as perspectivas influenciadoras publicadas na internet são de responsabilidade dos criadores, sendo passíveis de ações legais conforme código penal brasileiro. Nesse aspecto, todo o cuidado é pouco. Porém, ainda assim, a maior parte do público não se dá conta da responsabilidade que tem na internet e acaba retransmitindo o que se está sujeito na web. "Dizem que é preciso verificar, mas a própria pessoa que diz isso, não verifica. Isso a gente vê claramente com essa enxurrada de correntes, de mentiras que a gente lê, de pessoas passando coisas pelo WhatsApp; 'olha não sei se é verdade, mas em todos os casos né?'. Se você não sabe se é verdade, você nem deveria repassar”, completa Drika. O influenciador digital pode formar opiniões através de conteúdo. Há que se ter responsabilidade como pivôs de uma sociedade cada vez mais conectada.

ainda maior como uma figura pública influenciadora, porém a  blogueira diz que lida tranquilamente com este fator, sabendo dosar sua forte personalidade junto quanto às meninas jovens que pertencem ao seu público alvo.

O trabalho de influenciador digital traz a oportunidade de falar sobre os mais diversos assuntos. Aproveitando o impacto que pode causar com os temas, Lovato utiliza suas plataformas para tratar também sobre aceitação pessoal.  “Além das dicas de maquiagem, sempre falo sobre autoestima, se amar do jeito que é e isso ajuda muito diversas pessoas”.

Pietra de Pinho, de apenas 19 anos, é outro grande sucesso na web. Com mais de 360 mil inscritos em seu canal no Youtube, iniciou sua carreira após publicar um vídeo em sua conta pessoal do Facebook, no qual mostrava o comportamento de pessoas de cada signo. A partir deste momento, Pietra percebeu o gosto pelos vídeos e iniciou um canal para divulgar suas criações.

Os influenciadores digitais tem como consequência uma exposição extrema de suas vidas pessoais por conta do número de pessoas que os seguem e demonstram grande interesse em seu cotidiano. Quanto à termos de privacidade, Pietra diz que “a maior dificuldade que temos com privacidade é tentar zelar as coisas, você tem um cuidado a mais com tudo que você posta, porque isso pode influenciar as pessoas”. Pietra cita ainda que há uma grande cobrança quanto à suas ações, porém, quando se trata de sua vida pessoal, afirma que deixa muito claro de que tem uma vida pessoal e não gosta muito de misturar com o profissional.

A youtuber também utiliza de plataformas digitais como o Instagram, Snapchat e Twitter, nas quais possui um público que envolve mulheres de 15 a 21 anos e de maioria LGBTQs.

OS MENINOS DA VEZ

Kauê Urbano, gamer e conhecido na web como Kaue Pimposo, diz não ter tido tanta influência nacional, já que ele foi um dos primeiros no Brasil a começar com a ideia de Streaming e Youtube.

Ele acha muito bacana ver como se popularizou o canal, como surgiram vários canais muito bons e confessa já até ter assistido alguns canais que até o influenciaram com referências e idéias para novos vídeos.

Já para Rik, diretor e editor do canal Casa da Edição, a internet surgiu pela vontade de criar e mostrar suas ideias para o mundo. “A internet me possibilitou e continua possibilitando diversas amizades e oportunidades. Nunca imaginei, por exemplo, trabalhar diretamente com o Celso Portiolli, um cara que sou grande fã. A descoberta e a escolha da minha profissão foi graças a entrada nesse mundo.”

Ambos começaram cedo no Stream. Rik tinha apenas 13 e Kaue com 18. Para eles a dificuldade inicial foi identificar e direcionar seus públicos, mas logo que conseguiram isso tudo ficou mais fácil. Com a fama aumentando é preciso cuidado com o que se fala na web. “Antes o meu público eram pessoas mais velhas, porém isso mudou quando passei a ter canal no youtube onde a abertura para o público é mais ampla. Tem muitos jovens que acompanham meus vídeos e eu passei a tomar cuidado com o modo que eu falo, pois o poder de persuasão  de quem está ali mostrando seu conteúdo é imenso. Inclusive, de vez em quando, eu jogo com um rapazinho de 8 anos que eu encontrei jogando online.”, explica Kaue

Para que os novos youtubers continuem produzindo conteúdos de uma forma que agregue algo positivo ao público, ambos concordam que é necessário que a criatividade prevaleça, uma vez que torna-se desafiador inovar com tanta concorrência.  

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