



nem tudo é fato no mundo online
Boatos, brincadeiras ou, até mesmo, 'hoax'. A internet está cheia de mentirinhas que são potencializadas por conta da tecnologia atual. O mundo digital sugere problemas irreais e inúmeras histórias que, por mais que possam parecer críveis, são somente mais uma mentira.
A professora Edna Gobetti Vieira Coelho, formada na FAPSS, discorre sobre o uso da internet para a propagação de rumores. "Podemos claramente verificar que a internet é usada para o bem e para o mal, pois ao mesmo tempo em que pode nos auxiliar como meio de interação com o outro, na busca do conhecimento e da informação, nos separa da convivência social, nos isola e, infelizmente, favorece a propagação de fatos inverídicos, baseados no senso comum, substituindo a pesquisa tão necessária para o conhecimento por acesso a notícias que se situam entre o bem e o mal, o bom e o mau, repartidos por pré-conceitos religiosos, políticos e sociais.
Sobre como os boatos da internet afetam a sociedade, Edna comenta que essas teorias impactam no inconsciente coletivo dos
Desde criança ouvimos histórias de nossos pais e avós sobre monstros ou acontecimentos fantásticos. As famosas lendas urbanas marcaram nossa infância, muitas vezes sendo apenas histórias sensacionalistas repetida por gerações, com adaptações a cada narrativa.
Há quem diga que é mentira, porém Geisla Araújo, estudante de 26 anos de Varginha, Minas Gerais, é uma das pessoas que acredita na lenda urbana do ET de Varginha. “Foi algo de muita repercussão na cidade, então eu acredito sim. Quando aconteceu, eu era criança e não entendia a dimensão do caso, mas depois de alguns anos passei a pesquisar e descobri vários fatos que me fazem questionar se isso realmente não aconteceu”, conta. O caso aconteceu em 1996 e três garotas supostamente viram uma criatura marrom, baixinha, de olhos vermelhos e pele lisa. O “ET de Varginha” ganhou o mundo, chamou atenção de ufólogos e jornalistas e trouxe muitas perguntas sem respostas, como por exemplo, o que teria acontecido com a criatura.
Se tudo é fato ou não passa de boato, o que se sabe é que Varginha se tornou ilustre e turística por causa de seu visitante atípico. “Ao longo dos anos, Varginha foi se tornando uma cidade turística por causa do ET. Os pontos de ônibus são todos em modelo de nave espacial, a caixa D'água principal da cidade também tem um formato de nave, foram construídas várias estátuas da criatura nas praças e hoje está em construção um museu que contará a história do aparecimento do ET de Varginha”, conta Geisla. “De certo modo, isso foi algo que jogou a favor do Município. As pessoas têm isso como um legado”, completa.
Lendas urbanas no Brasil e no mundo não faltam. Boneco Furby e Manga com Leite são uma das mais conhecidas. A lenda de que Manga com Leite leva à óbito surgiu no Brasil colônia e naquela época o leite era um item bem raro, além de ser caro, e só os mais ricos tinham acesso, como os senhores de engenho. Então, para o leite não ser consumido pelos escravos, eles inventaram que a mistura do leite com a manga, que era um fruto em abundância na época, fazia muito mal.
A mais moderna, do Boneco Furby, oferecido como brinde em uma rede de fast food americana, teve seu primeiro relato em 2014 uma britânica acusou a rede dizendo que o Furby dizia a expressão “fuck you” e sua filha começou a repetir. O caso foi publicado por um importante jornal e tomou uma grande proporção, passando por todas as redes sociais. No WhatsApp por exemplo, áudios dos supostos brinquedos viralizaram e até mesmo um pastor alertou seus fiéis sobre o boneco dizendo em áudio que o boneco era satânico. Na época a rede se pronunciou dizendo que é impossível disso acontecer. O que ocorre é que o personagem Furby tem dupla personalidade e o boneco responde de acordo com o estímulo que o usuário dá a ele.
LENDAS URBANAS: FICÇÃO QUE GERA TEMOR.
TIÊ: A arqueologia sempre foi sua escolha de profissão?
MANOEL GONZALEZ: A minha primeira opção sempre foi a Biologia, sempre gostei de Biologia, assim como gostava de Arqueologia. Só que a Arqueologia não era uma ciência de graduação, sempre foi pós-graduação, mas nunca pensei nisso. Me formei como Biólogo, Veterinário e sempre fui autodidata em Arqueologia. Numa viagem que fiz ao México visitei um projeto chamado “Templo Maior”, que fica bem no centro da Cidade do México. Vi algumas vitrines com dentes de tubarões, dentes de raias, animais que eu já estudava e também vi algumas coisas esquisitas sempre associadas aos enterramentos humanos. Nesse projeto perguntei como que fazia para trabalhar com aquilo e me responderam que seria com a Zooarquelogia. Mas eu não sabia, mas tinha aqui no Brasil, no Museu de Arqueologia da USP. Quando retornei da viagem, fui direto para o museu e entrei como aluno especial. Comecei a analisar os materiais de tubarões que haviam na reserva dos estudos dos “Sambaquis” daqui da Baixada Santista e acabei fazendo meu doutorado no assunto. Depois fui para Paris fazer meu pós-doutorado também com a questão da Zooarquelogia, então foi assim que entrei na Arqueologia.
T: Quais os estereótipos da profissão?
MG: Qualquer pessoa pode ser um Arqueólogo. Na Arqueologia temos historiadores, geólogos, geógrafos, engenheiros, advogados, médicos. É uma ciência muito ampla, extremamente interdisciplinar, então qualquer perfil profissional se encaixa na arqueologia desde que você tenha um projeto associado. Você consegue entrar na arqueologia dentro do viés da profissão neste sentido. Por exemplo, um médico que trabalhe com a questão dos enterramentos ou um dentista que trabalhe com a questão óssea dos dentes.
T: Você possui um vasto currículo e vários projetos, poderia citar os que mais marcaram a sua carreira?
MG: O primeiro é esse que está acontecendo agora. A questão deste naufrágio é algo muito interessante porque eu já trabalhei no porto de Santos e existem vários naufrágios, muitos que ninguém conhece. Esse naufrágio em si me marcou muito porque é um trabalho inédito no Brasil. Temos uma embarcação num lugar não muito privilegiado e ela não está submersa, está entre a areia e o mar. Essa posição e as técnicas que estamos utilizando, como por exemplo a geofísica, nunca foi feita dentro de uma embarcação naufragada ou encalhada. Esse ineditismo e esse clamor que acontece na sociedade de uma forma geral é o que mais marcou. O segundo foi o do meu projeto de pós-doutorado, foi o primeiro que fiz dentro da Arqueologia que foi nessa questão da identificação e utilização dos tubarões e raias pelos caçadores e coletores pré-históricos aqui da nossa região. Esse também me marcou bastante. São dois extremos que marcaram minha profissão, porque os demais projetos, é claro, são interessantes, mas são muito parecidos.
T: Lendas atrapalham a ciência arqueológica ou são consideradas com bases para o início de um estudo?
MG: Às vezes atrapalha bastante. Por exemplo, falando do navio, especulam que há tesouro, que há joias de ouro, moedas, mas para a arqueologia existem sim tesouros, mas são os chamados tesouros arqueológicos que são objetos do cotidiano: uma garrafa, um prato, um garfo, alguma mercadoria que não tem valor comercial, mas tem valor histórico. A Arqueologia tem uma dinâmica muito interessante, porque tem muita coisa que você não tem escrito na história, muita coisa que não se tem registro, então quem vai te contar a história daquele momento são as peças arqueológicas, os artefatos. Eles contam para nós a história, por isso que encontrar algo dessa forma é um tesouro maravilhoso. Uma outra coisa que as vezes o pessoal fala muito é se eu já encontrei muito dinossauro. É preciso entender que Paleontologia é uma coisa e a Arqueologia é outra. Arqueologia é quando você tem o homem inserido no contexto e Paleontologia acontece somente quando não há ação do homem no contexto, então isso as vezes atrapalha um pouco.
T: Na sua profissão é cotidiano lidar com muitos boatos?
MG: Sempre! Toda vez que você está fazendo um trabalho na rua sempre aparece um boato, alguns até que tem algum fundamento, que você olha e podem até ser, mas tem outros nada a ver.
T: Os boatos já interferiram o seu trabalho?
MG: Hoje não. Já interferiu bastante, mas hoje a gente consegue filtrar o que é uma história real. Hoje as pessoas falam e a gente até releva, em alguns casos já até coincidiu algumas informações, principalmente de pessoas mais velhas. As vezes você está em algum lugar, mas não sabe cem por cento da história da cidade e até mesmo coisas que não estão na história. Pode ser que a pessoa passou por aquele momento, aquele período que não está no livro, não tem professor ou um historiador para falar e pode dar certo. Pode ser uma informação extremamente válida e acaba ajudando o trabalho.
T: Sobre o mais recente descobrimento na orla da praia de Santos: Existe uma explicação para a embarcação ter aparecido somente agora?
MG: Sim. Nós temos o problema da dragagem, isso é público e notório todo mundo sabe. Desde que começou o aprofundamento do canal, toda a dinâmica da maré da baia das nossas praias mudou completamente. E foi o que aconteceu nesse caso, saíram mais ou menos dois metros de areia. Essa retirada “natural” de areia, causada pela movimentação da maré, fez com que surgisse a embarcação.
NOSSOS VISITANTES DE OUTRAS GALÁXIAS: OS ALIENÍGENAS
O tão esperado fim do mundo tem muitas teorias e inspirações, como a letra de Nostradamus, de Eduardo Dusek e vão desde científicas, físicas, astrológicas, até de culturas e religiões de povos mais antigos. A indústria do cinema já retratou em vários filmes as mais variáveis possibilidades e ao todo são 21 filmes conhecidos, desde a teoria de zumbis, até armas nucleares.
A primeira teoria foi desenvolvida há mil anos com o retorno de Cristo. Em 1906, uma nova teoria nasceu quando uma galinha, na cidade de Leeds, na Inglaterra, teria botado ovos com a escrita “cristo está chegando”. Em 1966 uma nova possibilidade. Considerado “o ano do demônio”, uma vez que o número 6 é considerado uma cifra diabólica, causando temor, o fim do mundo começaria em Londres.
Uma das teorias apocalípticas foi a do Bug do Milênio, que aconteceria durante a virada de 1999 para 2000, na qual os sistemas antigos que foram desenvolvidos no século XX em tecnologia e armazenavam as datas com 2 dígitos no ano não suportaria e dados seriam perdidos sem controle. Entretanto, o sistema foi desenvolvido dessa forma para economizar. Em 1965, um megabyte de memória custava $ 761 e possuía um espaço para um texto de 300 páginas. Devido a isso seguiram os rumores de que após a virada de milênio os sistemas reconheceriam o ano 2000 como 1900.
Segundo o calendário Maia o mundo acabaria em 21 de dezembro de 2012, marcado por muitas catástrofes. Com base nesta teoria a indústria cinematográfica lançou o filme “2012” totalmente inspirado nisto. Mas até que ponto isso influencia na vida das pessoas? Qual impacto de tudo isso? A socióloga Edna Gobetti, atualmente lecionando em cursos de pós-graduação nas disciplinas de Neurociências e Antropologia explica que tais fatos atingem o inconsciente coletivo. “Tal como as religiões, essas teorias impactam no inconsciente coletivo dos acostumados a não pesquisarem a fonte na busca da verdade. O pensamento científico é subsidiado pela dúvida e, quando pensamos cientificamente, somos levados a pensar sobre o fato, ou seja, a dúvida surge quando eu enuncio o pensamento com a expressão “Será que...?”. Nesse momento eu levanto hipóteses que podem ser negativas e/ou positivas.”
Segundo ela, o que leva as pessoas a crer no fim do mundo é a “ausência do pensar científico, intimamente ligado a alguns discursos religiosos apoiados por um discurso político disseminado pelos meios de comunicação, principalmente pela produção cinematográfica norte americana. Por outro lado, o fim das utopias decretado pelo sistema político vigente, no qual a ausência de esperança em um mundo melhor, mais solidário, ou no mínimo diferente, deixou de existir também pode contribuir.
Edna fala também sobre a teoria maia. O calendário maia apresenta controvérsias sobre a sua simbologia, segundo pesquisadores. Os signos ali representados simbolizam algo particular a uma determinada cultura, em um determinado tempo histórico, lidos e simbolizados na atualidade conforme a subjetividade dos que buscaram interpretá-los. Todo símbolo tem seu significado próprio de quem o utiliza e o seu significante próprio daquele que tenta decifrá-lo. “Tal fato pode ser verificado quando no nosso cotidiano conversamos com alguém e sendo mal interpretados nos sentimos obrigados a justificar, afirmando diante de um mal entendido, que na verdade não quisemos dizer o que o outro entendeu. A comunicação se dá através de símbolos, sinais e signos e atravessa todos os meios de comunicação.”, explica Gobetti. Considera também que entramos no século XXI com uma nova fase da história, um novo ciclo que teve seu início no século passado. A história, tal como a cultura, é dinâmica e ao mesmo tempo estável. Somente acidentes históricos propiciam grandes saltos sendo o século passado marcado por vários acidentes históricos. “Grandes guerras ocorreram e, ideologicamente o mundo foi dividido em dois lados, o bem e o mal foram interpretados com olhares diferentes assinalando o século passado, com uma velocidade voraz, marcada por acidentes históricos inumeráveis. O desenvolvimento tecnológico talvez tenha sido o mais surpreendente. O computador, que surgiu como a maior invenção do século XX, acelerou o desenvolvimento dos fatos históricos e da própria tecnologia. Podemos claramente verificar que a internet é usada para o bem e para o mal, pois ao mesmo tempo em que pode nos auxiliar como meio de interação com o outro, na busca do conhecimento e da informação, nos separa da convivência social, nos isola e, infelizmente, favorece a propagação de fatos inverídicos, baseados no senso comum, substituindo a pesquisa tão necessária para o conhecimento por acesso a notícias que se situam entre o bem e o mal, o bom e o mau, repartidos por preconceitos religiosos, políticos e sociais.”, conclui.
sirva UM CAFÉ... O MUNDO ACABOU!
Os relatos de vida além da Terra são de conhecimento da população, porém, estas aparições ainda não possuem respaldo da comunidade científica e assim geram dúvidas sobre sua veracidade. Nesse contexto, aparece a Ufologia, ciência que estuda atividades extraterrestres. Seus profissionais (que também se utilizam do termo ‘’curiosos’’, uma vez que não existe uma formação superior no assunto) têm como objetivo desmistificar as lendas em torno da vida fora da Terra e esclarecer as maiores incógnitas acerca do assunto.
Uma das dúvidas mais comuns é sobre a natureza dessas criaturas, e sua postura afável ou hostil em relação aos seres humanos. Ao contrário do que a clássica Hollywood nos apresentou, com aquele alienígena verde, de dedos, olhos e cabeças grandes, existem várias tipologias desses seres.
Segundo o ufólogo Sérgio Augusto Pereira, já são conhecidas mais de 50 raças de extraterrestres, entretanto algumas são mais conhecidas por decorrência de suas frequentes aparições.
acostumados a não pesquisarem a fonte na busca da verdade. Afirma também que a falta de pesquisa e checagem acaba por disseminar boatos. "Uma boa parcela da sociedade, por deficiência em hábitos de pesquisar a veracidade dos fatos divulgados, encontra na internet informações das mais variadas e as repetem indefinidamente, imprevidentemente, sem preocupação alguma com as consequências sociais, propiciando a vitória do senso comum em detrimento do pensamento lógico e racional."
Edna completa dizendo que o motivo da disseminação de rumores online seria o apego das pessoas a qualquer notícia que venha preencher certo vazio que sentem, por força dessa "supermodernidade" provocada pela era tecnológica.
Na própria internet existem sites como 'E-Farsas' e 'Boatos.org' que questionam notícias e checam todos os fatos para poderem afirmar se são ou não reais. Normalmente os processos de pesquisa são mostrados passo-a-passo e utilizam ferramentas e dados públicos. Casos que repercutiram nacionalmente como a cura do câncer através da fosfoamina sintética e a lei que obrigava aplicação de chips de identificação em todos os brasileiros foram pesquisados e revelados como mentiras. Gilmar Lopes, dono do site 'E-Farsas', diz que a disseminação de boatos na internet podem ser prejudiciais e causar danos irreparáveis.
FAKE NEWS OU VERDADE?
Com o desenvolvimento da área tecnológica, se tornou muito mais fácil o acesso a notícias. Atualmente as mídias sociais ocupam grande parte do tempo das pessoas ao redor do mundo, e isso não é diferente no Brasil. Plataformas como Facebook e Twitter, não só são usadas para a comunicação, mas passaram a serem um dos pontos focais de compartilhamento de notícias para o público. Entretanto é preciso ficar alerta em relação as fontes que passam as informações, pois assim como é fácil encontrar notícias verdadeiras pela internet, também é fácil encontrar as chamadas “fakes News”, que nada mais são do que os boatos que circulam nos grupos do WhatsApp e Facebook.
Esse tipo de “noticias” pode ser bastante prejudiciais na sociedade, pois na época em que o compartilhamento em massa está na base de um clique, uma informação falsa ou equivocada pode arruinar a vida de alguém. Sites como Viver em Santos, Praia Grande Mil Grau e Pagina Link Guarujá possuem inúmeros seguidores e hoje compartilham alto número de informações sobre a Baixada Santista.
Com relação a averiguação dos fatos antes de postarem nas páginas, Jaedson Reis, da página
Viver em Santos, afirma que são recebidas algumas informações cruzadas e erradas e, por conta disso, é costume averiguar para não correr riscos. “Temos contato direto e parceria com a Polícia Militar, Civil e Corpo de Bombeiros. Costumamos fazer uma pesquisa antes quando o assunto é muito grave”. Júlio César Ferreira, da página Link Guarujá, também acredita que averiguar os fatos é importante e declara que é o mínimo que o jornalismo sério exige. ”Questionamos, então, qual seria o motivo que leva as pessoas a compartilharem notícias sem fatos concretos e quais limites esse tipo de histórias não deveriam ultrapassar.”
Da página Praia Grande Mil Graus, “Julio”, como prefere ser identificado, acredita que a população propaga notícias falsas para se vangloriar de algo, causar tumulto ou para criar polêmica e ver como os outros irão reagir sem pensar nas consequências, afirma também que o “limite é ultrapassado quando não se averigua os fatos antes da publicação e quando se prejudica a imagem alguma pessoa sem saber o real motivo do acontecido só pra ter visibilidade de alguma forma.
atraindo curiosos de diversas cidades com a esperança de encontrar objetos não-identificados. Segundo especialistas, a cidade possui o maior índice de relatos alienígenas do estado de São Paulo (cerca de 300 nos últimos 40 anos) e um dos maiores do país, perdendo apenas para o litoral paraense e para a famosa cidade de Varginha (conhecida como a capital dos óvnis). Em 2011, por exemplo, o biólogo e ufólogo Paulo Aníbal diz ter visto uma esfera alaranjada, em alta velocidade e fora das rotas aéreas usuais sobrevoar a Praia do Costão e iluminar a areia com um tom avermelhado. Cerca de um minuto depois, segundo ele, o objeto sumiu por trás das montanhas da Serra do Mar, da mesma forma espontânea como havia surgido.
Anualmente mais de 1000 pessoas se reúnem para o Encontro Ufológico de Peruíbe, que em sua última edição contou com nomes como Ademar José Gevaerd, editor da Revista UFO e presidente do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), a maior entidade ufológica do mundo.
A prefeita Milena Bargieri, quanto questionada, não se mostrou cética, embora não tenha presenciado nada parecido com os relatos e diz que estes eventos já são naturais na cidade.
Ele destaca que existem 3 tipos mais ‘’comuns’’: os pleiadianos, reptilianos e greys. ‘’Os pleiadianos são os que têm as maiores características humanas, como cabelo loiro e olhos azuis. São seres iluminados e altamente evoluídos. Por outro lado, os reptilianos são elementos da mitologia, possuem características dos répteis e são comumente associados como ‘o povo lagarto’.‘’
Quanto aos greys, existem vários relatos de pessoas que se disseram abduzidas onde esses seres, São descritos como frios e conhecidos por fazerem testes com os terráqueos via coleta de material biológico ou até mesmo experiências sexuais. ‘’Outra característica muito interessante dos alienígenas é sua capacidade de se comunicar com o abduzido conforme seu idioma. Isso nos faz acreditar que esses seres são muito mais evoluídos que nós ‘’, conclui Sérgio.
No que se refere à aparições na Terra, a Baixada Santista se mostra um lugar bem ‘’especial’’. Matérias jornalísticas apontam a cidade de Peruíbe como roteiro ‘’ufoturístico’’,

PERFIL: MANOEL GONZALEZ


T: Sobre este caso, há alguma especulação que mais chama a atenção da equipe?
MG: O que mais está chamando a atenção foram os resultados do trabalho da geofísica que encontrou um objeto de ferro de proporções enormes. Então é algo que chamou a atenção e é algo interessante de ser trabalhado. Pode ser algo muito importante, não do ponto de vista monetário, mas para contar alguma história ou para fazer alguma identificação, ou até para saber o que eles estavam carregando, pois não se tem ideia até hoje. Acontece às vezes algum “pitaco” de um ou outro, entretanto não teve nada muito significativo.
T: Já é possível saber um pouco da história desse veleiro a partir dos seus destroços, do pouco que se tem até agora?
MG: O que nós sabemos até agora é basicamente as dimensões dele, onde ele foi construído e o trajeto que ele fazia que era Inglaterra, Nova York, Recife e Santos e depois ia para outros locais. Era um navio de carga, todo de madeira com três mastros que comportavam cerca de quatorze, quinze tripulantes e são essas as informações que temos no momento. Já pedimos várias informações no seu país de origem, para saber se alguém tem algum registro para contar essa história, porém não encontramos nada até agora. O ideal é fazer escavação, porque a escavação é que vai contar para nós muita coisa. Isso vai depender da autorização da marinha. Nos disseram vai demorar mais quatro meses. A demora é um problema porque a embarcação está sofrendo a ação do oxigênio, vento e do sol.
T: A região onde a embarcação está é bem delicada, como será o trabalho de remoção?
MG: Vai ter que fazer uma barreira para isolar a água. Essa barreira vai ter que ter uns dois metros de profundidade, mais uns três metros para cima, então o pior do trabalho vai ser essa barreira, essa barragem que nós vamos ter que fazer para entrar. Na Europa eles fazem isso tranquilamente, mas é a primeira vez aqui.
T: Você deve estar muito ansioso. Como controlar essa ansiedade?
MG: Ah, demais! Eu até sou um pouco mais comedido, mas o pessoal da equipe está doido: "Vamos escavar, vamos escavar!” Mas por dentro a gente fica também. As vezes dá até um desânimo por conta da demora, mas é claro que a ansiedade é muito grande e controlar está difícil. Estamos esperando a marinha.
T: Sobre as histórias dos naufrágios de Santos, sabemos que existem vários. Quais as informações sobre eles?
MG: Há dois que nós encontramos no porto de Santos e não sabemos o que é. Não se tem ideia do que seja. E tem cinco embarcações que não foram encontradas. Estão por aqui, mas ninguém sabe, ninguém viu. Tem o registro, a posição aproximada de onde eles estão, mas nunca foram encontrados. As embarcações que têm aqui, pelos relatos não possuem nenhuma com valor monetário. Possivelmente, depois desse trabalho dessa embarcação Kestrel, acredito que eu vá fazer uma varredura mais ou menos nos pontos aonde dizem que teve o naufrágio. É algo interessante. Se surgir mais alguma coisa, serve como informação história náutica, que é muito importante porque há vários anos diferentes de cada embarcação. Com isso você tem o modelo construtivo diferente, você tem o tipo de carga diferente, assim é possível moldar um “time line.”
T: Para que um caso desses seja descoberto por inteiro é preciso o interesse somente dos órgãos públicos ou questão da população influencia? Como é que funciona isso?
MG: O fato da população é uma questão de segurança. Querem que retirem, por conta das pontas de ferro para fora. Pode ser que uma criança, ou um turista que não sabe, vá se machucar. A prefeitura de Santos está muito interessada nessa questão também, até depois para ver se a gente consegue tirar o Recreio (outro navio encalhado na praia de Santos) também, que está lá no canal seis. Estamos estudando a possibilidade de fazer tudo junto para retirar os dois. Cada órgão tem um viés. O Ministério Público que analisa, e que fiscaliza porque trata-se de um bem da União, que por enquanto é um bem da Marinha. A Prefeitura também está muito a fim de que seja feito o trabalho e a população de uma forma geral.
T: Após a remoção, a embarcação poderia virar uma futura exposição?
MG: Sim e a minha ideia é de que fique na praia. Tudo isso vai depender, é claro, do estado e conservação da madeira, de como vai estar, mas imagina ele com um belo estágio de conservação. E na praia está todo mundo passando todo dia. Criaríamos um instrumento para o turismo, um incremento para a nossa cidade. Para mim a praia seria o melhor lugar para ele estar depois que retirarmos da areia.
T: Quais os mitos e verdades que circulam na Arqueologia?
MG: Mito é a questão do tesouro. Sempre é o tesouro, igual o Indiana Jones. Ele vai fazer a escavação porque lá tem um tesouro, tem uma esmeralda, tem uma estatueta, tem ouro, então isso é um mito que não vai ter jeito a arqueologia vai levar sempre com ela. No cotidiano, a mente das pessoas faz a associação com o filme, com alguma coisa da TV, e isso eu levo de boa. O mito que eu já falei do dinossauro, que o Arqueólogo é caçador de dinossauro. Isso não muda apesar que isso não interfere para mim. As vezes alguém me pergunta e eu só coloco os pingos nos “is” e a verdade é aquilo que você vê no documentário e filme. É a pazinha, o pincelzinho, agachado, cavando milímetro por milímetro, essa é a verdade da arqueologia.
Ele não é o Indiana Jones em busca de tesouros e muito menos caçador de dinossauros. Manoel Gonzalez, 43 anos, brinca ao comentar sobre o que as pessoas acham a respeito de sua profissão. Graduado em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutor em Arqueologia pela USP, Gonzalez conta como escolheu a profissão e relata detalhes sobre o recente trabalho de grande repercussão e também como os boatos interferem o seu trabalho. Neste segmento, criou há 15 anos uma empresa que atua no mercado de licenciamento ambiental com foco no desenvolvimento de pesquisa arqueológica, incluindo a arqueologia subaquática em projetos no Brasil e Exterior. Atualmente, investiga os destroços do navio que surgiu na Ponta da Praia, em Santos.